domingo, 13 de setembro de 2009

O Ministério Pastoral na Atualidade

“E vos darei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com ciência e com inteligência”. Jeremias 3.15
Estamos vivendo na atualidade uma grande crise. Infelizmente, está crise não se limita a aqueles, que buscam nos corredores do poder, enriquecer-se em detrimento dos outros. Está crise não se limita a aqueles que, deveriam ser modelos, paladinos da ética, representantes do povo, que sofre com as desventuras da vida cotidiana. Está crise avassaladora atingiu nossa sociedade em sua totalidade e alcançou a igreja. Está crise chegou sem bater, entrou pelos umbrais de nossas igrejas e subiu aos púlpitos. Alguns percebem está crise, pela verborragia de homens despreparados, descompromissados com Deus e com a Sua Palavra. Pois eles tentam no seu alvoroço, aos berros e encenações, mostrarem-se melhores do que os demais... Muito mais santos. Outros, mais pretensiosos, celebram as novidades com rodopios, alaridos, assovios e aplausos, extasiados com a oportunidade de uma mensagem utilitária, carregada de novas e bizarras experiências, projetando uma enganosa esperança nos bonachões que vivem em busca de algo mais - do que a graça de Deus - para sua vida.
O resultado desta crise é que muitos pastores passam a fazer do púlpito: um balcão de negócios, uma prateleira do mercado da fé, uma praça de barganhas, onde as bênçãos e os milagres de Deus são mais importantes do que o próprio Deus.
Precisamos mudar este enganoso paradigma. Carecemos de pastores que busquem a Deus de todo o coração e sem medo de humanizar-se. Porque quanto mais humanos nos tornarmos, traduziremos a perfeita imagem do Filho de Deus, que aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens (Fl 2.7).
Precisamos de pastores que preguem o evangelho da Cruz, o evangelho puro e simples, fundamentado somente na obra redentora de Cristo. Precisamos pregar o evangelho da graça de Deus, que nada requer do homem, além do seu total arrependimento do pecado e o desejo ardente de amar a Deus de todo o coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento, e, ao seu próximo como a ti mesmo (Mt 22. 37-39).
Vejamos algumas causas desta crise que campeia o ministério pastoral.
1 – Pastores não convertidos no ministério.
Charles H. Spurgeon disse que não há um maior instrumento do diabo dentro da igreja do que um ministro ímpio e impuro. Richard Baxter, disse “que os pecados do líder são os mestres do pecado”. Quando o líder despreza a Palavra de Deus, torna-se instrumento de maldição e morte e não de bênçãos e vida. Os pecados do líder são mais graves, mais hipócritas e mais desastrosos: mais graves, porque pecam contra um maior conhecimento; mais hipócritas, porque combatem aquilo que praticam; mais desastrosos, porque testemunham contra aquilo que dizem acreditar.
2 – Pastores confusos teologicamente no ministério.
Existem muitos pastores que não crêem na Bíblia. Pastores que aderiram ao liberalismo teológico, que tenta esvaziar a Escritura, desacreditando na sua veracidade, negando, assim, sua inerrância. Outros, abraçaram o sincretismo religioso que esvazia a Escritura acrescentando a ela o experiencialismo, negando, assim, sua suficiência.
O sincretismo religioso, esvazia a autoridade da Escritura, pois embora creia na sua suficiência, não a coloca em prática. Na verdade, aqueles que são adeptos do sincretismo religioso, são tão mortíferos para a verdadeira ortodoxia quanto os liberais, pois eles falam que crêem na Palavra de Deus, mas buscam experiências forâneas a Escritura para conduzi-lo.
Precisamos lidar com a Bíblia como a Palavra de Deus, autorizada, perfeita e eficaz. Quando o ministro possui uma grande estima pelas Escrituras exala aos seus ouvintes a idéia de que a mensagem nela contida é totalmente digna de toda confiança e aceitação, e, de que suas promessas se cumprirão.
3 – Pastores que não vivem o que pregam.
A vida do ministro é a vida da sua liderança. Sem exemplo, o líder deixa brechas em sua armadura e facilmente torna-se alvo das setas envenenadas dos inimigos. Uma das áreas mais importantes no ministério pastoral é a vida do pregador. John Stott afirmar que “a prática da pregação jamais pode ser divorciada da pessoa do pregador”. Al Martin diz que “a pregação poderosa está enraizada no solo da vida do pregador”. Uma vida ungida produz um ministério ungido.
Nessa perda de referencias, muitos pastores têm caído nas arapucas do sexo, do poder e do dinheiro. Muitos líderes que estão nos holofotes, têm naufragado no casamento, negociado a Palavra de Deus para subir ao pódio do sucesso. Há pastores que sobem aos púlpitos para transmitir ao povo a Palavra de Deus, para logo depois, descerem ao mais baixo degrau da indiferença em sua própria casa.
4 – Pastores que buscam o crescimento de suas igrejas a qualquer custo.
O crescimento da igreja é um dos temas mais discutidos na atualidade. Todo pastor anseia ver sua igreja crescer. A igreja sadia deve crescer, precisa crescer. Hernandes Dias Lopes afirma que na busca do crescimento da igreja, há dois extremos perigosos que devem ser evitados. O primeiro deles é a numerolatria: É a idolatria dos números. É crescimento como um fim em si mesmo. É o crescimento a qualquer custo, a qualquer preço. Hoje vemos muita adesão e pouca conversão, muito ajuntamento e pouco arrependimento, quebrantamento. Estranhamente, vemos a pregação da fé sem o arrependimento e da salvação sem a conversão. O segundo é a numerofobia: É o medo dos números. É a desculpa infundada da qualidade sem quantidade. A qualidade gera quantidade. A igreja é um organismo vivo. Quando ela prega a Palavra com integridade e vive em santidade, Deus dá o crescimento. Não há colheita sem semeadura.
Meus amados, a classe pastoral está em crise. Quando os lideres estão em crise a igreja também está. A Igreja é um reflexo de seus líderes. Se quisermos restauração para a Igreja, precisamos buscar não as novidades, mas voltarmo-nos para as Escrituras. É o momento de orarmos para que o Senhor nos dê pastores segundo o seu coração. John Wesley dizia: “Dá-me cem homens que não amem ninguém mais do que a Deus e que não temam nada senão o pecado, e com eles eu abalarei o mundo”. Nada pode comprometer a genuína exposição das Escrituras, quando realizada por um ministro que tem como prioridade fazer a vontade de Deus e cumprir fielmente Seus eternos propósitos.

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